Você some, se vai e, com o tempo, fica a sensação de nada.
Depois, você aparece, reaparece e traz uma presença confortável. Não parece ser
o ópio que fora na época da insanidade, é muito menos que isso, é uma brisa
agradável. Bebo levemente a sua companhia, parece ser eterna cada fração de
segundos. Me seguro para não entregar, não por orgulho, mas por amor próprio.
Sou incontestavelmente egoísta. Busco a minha felicidade, o meu amanhã sem
dores musculares na consciência. Incoerentes, tão contraditórios são os
sentimentos que exalam quando o seu perfume está no ar. O amor esquecidinho
tenta gritar, contudo, as paredes construídas pelo tempo de redenção já são
muito sólidas. Grandes, gigantescas perto do seu interesse bobo de menino. Que
fique a querer. Estou prevenida, imunizada de cada toque seu. Estou feliz, pela
primeira vez, graças a mim. Valorizando o meu trabalho maravilhoso, mesmo
sabendo que o corpo suplicava calor, o deixei partir. Com suas desilusões
aprendi que de nada vale uma noite de alegria, se essa será seguida de trinta
dias de tristeza.
Sabrina Teles.
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