Depois de meses, eu me pego sentindo sua falta. Tenho pensado
muito em você esses dias e não tenho certeza se estou com saudades ou sem algo
melhor pra me ocupar os pensamentos. Como era bom o que a gente tinha. E eu
queria ser telepata só pra saber se você pensa em mim, de vez em quando, lembra
da gente também. Se foi tudo isso pra nós dois ou eu colori demais. E eu odeio
essa tendência das histórias à virarem um nada. Eu odeio a transformação brusca
da presença intensa em total ausência, sem que se tenha tempo de protestar ou
período de adaptação. Acho injusto o amor ou amizade ser finalizada e levar com
eles, de pirraça, os espaços pra qualquer outro tipo de relação. Conhecer uma
pessoa incrível tão de perto e ver ela virando um estranho, tão de longe. Pensei,
repensei, lutei muito pra não te mandar uma mensagem, singela, realmente sem
segundas intenções. Relutei, porque pode parecer, pra muita gente, uma
tentativa patética de reconciliação ou mendigagem de sentimento, minhas amigas
desaprovam e porque, pior, pode parecer isso pra você também. Mas você sabe que
pensar ou não pensar não adianta muito, porque não costumo deixar passar
vontade e você me conhece bem. Então, queria te dizer que virei a noite lendo
um livro e o personagem principal me lembra tanto você, é incrível. Ele é você
e me faz ter tanta saudade de tudo. Mas isso já não é da sua conta, enfim.
Saudade não é vontade de tentar de novo e eu tô só dando um oi, que é pra você
não sumir assim. Pra vê se lembra o que um amigo faz e, de vez em quando, vem
contar a vida pra mim. Um oi, você sabe, só pra lembrar que eu tô aqui. Amigos,
não era isso?
Lais Ponce ;**
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