Insegurança
É só insegurança, meu bem.
Talvez meu nome do meio devesse ser exatamente este: “insegurança”. Com
sonoridade de voz carente e cansada de implorar por amores aos quatro cantos.
Com voz baixinha, quase um sussurro ou, para quem melhor me entender, uma súplica.
É só vontade de te ouvir dizendo que sem mim as coisas podem dar errado, o
travesseiro pode voltar a cheirar vodka, os maços de cigarro podem dominar sua
casa, e as músicas mais belas – e tristes - de Cazuza podem dominar sua vida. É
só uma necessidade boba que eu tenho de saber que você se importa. Porque, por
mais que eu não goste de demonstrar, tudo que eu faço é pensando em você. E é
esse o problema. Eu quero pequenas coisas, mas quero muitas. Quero muitas
pequenas coisas, e talvez você não esteja disposto a me dar em tal quantidade.
Eu quero que você mostre que se importa comigo, mas quero do meu jeito. Tenho
esse defeito: quero tudo do meu jeito, sempre. E eu já tentei me reeducar, mas
não consigo. Já tentei acreditar que você demonstra amor, só que do seu jeito.
Mas pra mim não basta, tem que demonstrar do meu jeito para que eu acredite.
Tem que me ligar de madrugada, tem que insistir, correr atrás, sussurrar
besteiras, trocar mensagem o dia todo. Tem que apontar pra mim, no meio da roda
em que seus amigos estiverem, e dizer: “É dela que eu tanto falo para vocês”.
Se formos ver bem, não quero muita coisa. Tente acreditar, o que você me dá já
basta pra eu te amar, mas eu queria só mais um pouquinho de atenção,
demonstração, provas, não sei. Porque, pode parecer bobagem, mas eu tenho medo
de que outra te encante e que você faça por ela tudo aquilo que não fez por
mim. E eu tenho mais medo ainda de que você se canse desse meu jeito
insuportavelmente complicado e decida procurar alguém de mais fácil convivência.
Mas, estou tentando me adaptar à você, eu juro. Estou tentando fazer com que
meu coração se acalme e não exija tanto de mim e de você
Nenhum comentário:
Postar um comentário