Tá tão difícil achar alguém que valha a
pena. Eu mesmo, pra falar a verdade, não valho. Mas eu queria encontrar esse
alguém, sabe? Um alguém diferente, um alguém feito pra mim. Alguém que me
modifique, que me transforme em uma pessoa melhor. Mas é que eu não me
interesso por ninguém. Não sinto esse amor platônico que sempre vejo nos olhos
das pessoas. Ou será que ainda não encontrei ninguém que desperte tal
sentimento em mim? Mas se for pra ser, tem que ser de um jeito único, de uma
maneira especial. Quero trocar prioridades. Quero alguém que me faça levantar
do sofá num dia frio, só pra ir na padaria. Quero alguém que me tire o sono,
alguém com quem eu passe a noite inteira no telefone sem enjoar da voz. Alguém
que não concorde com tudo que eu digo. Quero brigas, discussões e
reconciliações. Apelidos carinhosos e outros nem tanto. Afinal, preciso ter
cartas na manga, preciso saber como te tirar do sério. Preciso de alguém que dê
fim nos meus domingos tediosos. Preciso de beijos, demorados e que tirem o meu
folego. De carinho, cafuné e qualquer derivado que a palavra carinho possa ter.
De amor, verdadeiro. Na verdade, eu preciso de pouco. Preciso de você. Bosta!
Por que eu sou tão exigente?”
“É possível seguir em frente, não importa quanto pareça impossível. Com o tempo, a dor… diminui. Pode não desaparecer completamente, mas depois de um tempo não é massacrante.” — Querido John.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Tabatha levanta da cama, toma café e
procura uma roupa qualquer, enquanto fala no telefone, atrasada. Atrasada pro
trabalho e pra alguma coisa, que ela não sabe o que. Trânsito de sempre,
impaciência de sempre, música pra tentar relaxar. Ela tava com sono e cansada,
em todos os sentidos possíveis. Que comece mais um dia normal, banal.
Estressada, mas sorrindo por qualquer coisa, até o fim do expediente. Na volta,
trânsito de sempre, impaciência de sempre, sensação de ter esquecido algo.
Talvez no escritório, talvez em alguém. Chega em casa e se joga no sofá. O
telefone toca, é sexta-feira. "-E aí amiga, já chegou?? Tô passando aí em
uma hora, se arruma e me espera, tô super animada!" 'Animada pra que?' era
o que ela pensava, respondeu "-Pode deixar! Amiga, falei com o Diego ontem.
Ele disse que se arrepende todo dia de ter deixado eu ir embora e que eu sou
especial, essas coisas. Sei lá, não tive recaída sabe, mas é tão bom ouvir
isso." Era sexta-feira, dia obrigatório de ser "feliz", a amiga
não deu muita importância e tratou de apressá-la "Ah, que baixo astral
hein! Ex bom é ex-trangulado gata. Não sei pra que você insiste em dar atenção
pra esses idiotas, carência é uma coisa! Já ta pronta? Tem dez minutos a menos,
tchaaau!" Curta, grossa e certa. Vestido curto, salto alto, maquiagem
carregada, perfume forte e, ainda assim, dava pra ver a menina assustada
travestida de mulherão. Chegando lá, música boa, pessoas chatas. Mesmos
carinhas, mesmos papinhos, mesmas piadinhas, mesma pergunta em mente 'O que eu
vim fazer aqui?'. Essa música é ótima, mas enquanto ela dança chega um rapaz
com a conversa mais furada do mundo, pra variar. Fingindo interesse pela
história dela, enquanto só pensa na melhor maneira de tirar aquele vestido. Ela
vai pro bar, ao encontro da amiga, que estava bem à vontade, rindo e cercada de
idiotas, que deviam estar pagando o quinto ou sexto drink pra ela. A amiga, já
com o batom borrado e ainda tentando se fazer de difícil, brincou "Garota,
cada dia seu vestido tá mais curto, suas sombras mais pesadas. Onde você quer
chegar, hein?" Sem hesitar "-Queria chegar na resposta pra essa
pergunta. Mas eu não sei mais onde ir, o que fazer, o que sentir. Só sei que tô
cansada de sentir as coisas a flor da pele e depois ter que trasbordar tudo
isso pelos olhos, poros. Tô cansada de pedir vodka e só vir com gelo e nada de
paz. Tô cansada de ouvir palavras vazias, pessoas vazias, desculpas vazias.
Talvez eu seja inteira demais pra essa boate, essa cidade, esse mundo. Encurtei
o vestido, porque não é isso que importa? Pernas, bundas e peitos. De que vale
coração hoje em dia? Vocês nem sabem usar, acham que é brinquedo e eu já
conheço o final desse filme. Quero trocar de cena, personagem, roteiro. Só
isso." A amiga, confusa, alcoolizada e sem fazer questão de entender, riu
"- Já tá bêbada, né!" e foi dançar com o cara forte de blusa rosa. E
ela sussurrou "-Quem dera. Tô sempre sóbria demais. Esse é meu
problema.". Enquanto os caras olhavam como quem escolhe carne num açougue,
ela bebeu mais vodka, ficou mais sóbria e foi embora com o salto na mão, o
equilíbrio na bolsa e o amor-próprio escorrendo junto ao rímel. Ela não
precisava de um lugar cheio de homens simples e mulheres problemáticas,
encurtando os vestidos e pesando na maquiagem. Ela não precisava puxar assunto
com o ex, pra ouvir o quanto ele se arrependeu de tê-la perdido e o quanto ela
é especial. Ela só precisa de alguém que ela não precisasse, novo em folha, que
nunca tenha sentido o peso que ela nem sempre consegue disfarçar. Uns carinhos
que não acabem em dor. Alguém que arranque sorrisos e não lágrimas. Precisa de
alguém que entre na vida dela e que fique. Não por pressão, obrigação,
cobranças ou sufocação. Que fique só porque o sorriso dela dá paz e é disso que
todo mundo precisa.
terça-feira, 8 de maio de 2012
Cadeira
Ele sempre quis espaço, não perder a liberdade, aproveitar a
vida. Mas queria também a menina que sempre esteve ali, com o coração na boca,
esperando ansiosa pelo dia em que ele resolvesse ficar com ela de verdade. Teve
tempo em que ela sentou, esperou, chorou. Ele vacilava e a convencia de que
ninguém ia tentar protegê-la tanto quanto ele, aí ela lembrava de outros
idiotas e então aceitava, voltava pro seu lugar. Aí foram aparecendo tantos
outros caras, tanta gente querendo que ela levantasse, tantos que nem teriam
feito a moça sentar. Ela pensou, se olhou no espelho, se pediu desculpas e fez
promessas, prometeu se fazer feliz sozinha, a qualquer preço. Ele sempre ia,
voltava e a encontrava sentada, no mesmo lugar de sempre, com planos e
carinhos. Aí ele dava a ela uns minutos contados de felicidade e voltava pro
mundo, sem se preocupar com a volta ou com ela enquanto não houvesse a volta.
Até que um dia ele voltou e a cadeira estava vazia, com um bilhete de "Se
cuida, te quero bem", que escondia uma história e mil mágoas. E voltar pro
mundo, continuou sendo bom, mas não era a mesma coisa. Porque lá no fundo, ele
sempre soube que naquela cadeira tinha mais que uma menina com planos anotados,
chorando á toa e querendo atenção. Ele sabia que a felicidade de verdade tava
ali sentada também, que ali ele não precisava beber e ser engraçado, que ele
podia contar os problemas, o dia e ia sempre ouvir palavras doces. Que a menina
sentada, sempre acreditou nele mais do que ele próprio e sempre que ele pensava
em desistir de um sonho, ela nunca deixava. Ela esperava mais do que ele voltar
com aquele pouco tempo de sempre, ela esperava que ele fosse feliz. Mas agora
tá lá, a cadeira e o bilhete borrado, alguns sonhos pelo chão e uma história de
amor, voando pela janela, livre, porém pesada. Ele ainda volta e se depara com
o mesmo cenário, cada vez mais frio e menos colorido. E, veja só, agora quem
espera é ele. Espera que ela volte e tudo seja cômodo como sempre, feliz como
só era na presença dela, sempre confusa, ingênua e encantadoramente inteira.
Mas a menina tá longe, depois que levantou, não aceita mais se sentar e esperar
pelo tempo de ninguém. Porque todo dia que ela acorda, ela sorri, pra nunca
mais deixar apagar esse brilho que sempre lhe foi peculiar. Porque a vida é
mais do que um cara e uma cadeira e hoje ela sabe disso. Ela se ama sozinha e
recebe carinhos desses moços, que entre ir pro mundo e encontrá-la, deixam o
mundo pra depois. E tudo vira aprendizado, não é mesmo? Hoje ela é quem visita
rapazes em cadeiras, não por maldade, mas por medo de ter que voltar a sentar.
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Estou indo ...
Vou dar minha cara á tapa. Sim, eu vou me expor. Vou encarar
tudo de frente. Medo? O que é isso? Não irei mais me esconder atrás de
sentimentos ou da falta deles. Não quero mais ter que mentir dizendo que não me
importo ou que me importo o bastante para não me importar. Compreendem? Não? Eu
também não compreendo. Mas estou decidida. Vou bater de frente com meus medos.
Estou indo com a cara e a coragem. Enfrentarei aqueles que me desagradam e
jamais vou me deixar ser magoada outra vez. Vou correr perigo. Vou acabar com
minhas angústias e mostrar quem é que está no comando dessa merda.
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